quinta-feira, 21 novembro, 2024
Teatro

Ministério da Cultura e Bradesco Seguros apresentam O que faremos com Walter?

Crédito:

De Juan José Campanella e Emanuel Diez

Na visão de Jorge Farjalla

Com Elias Andreato, Grace Gianoukas, Marcello Airoldi, Marianna Armellini e Fernando Vitor

Atores convidados: Norma Blum e Flávio Galvão

O que esperar de uma reunião de condomínio?

A partir de 03 de março no Teatro Opus Frei Caneca

Em curta temporada

Matéria e foto: Divulgação

O sucesso absoluto de público e crítica na Argentina de O Que Faremos com Walter? é motivado pelo humor ácido e inteligente de Juan José Campanella, vencedor do Oscar por O Segredo dos seus olhos. Junto com Emanuel Diez transformam uma situação corriqueira de uma reunião de condomínio numa comédia absoluta, onde algumas vezes o espectador ri para não chorar das situações, atitudes e palavras proferidas na reunião extraordinária para saber o que fazer com o funcionário sexagenário.

Os produtores Leonardo Miggiorin e Danny Olliveira entregaram para Jorge Farjalla a missão de dirigir o espetáculo aqui no Brasil. Farjalla é um dos diretores mais comentados na cena teatral por sua inovadora e certeira visão de encenar textos clássicos e contemporâneos, assim como fez em seus últimos premiados espetáculos, sucesso de público: Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças e O Mistério De Ìrma Vap.

O espetáculo é apresentado pela Bradesco Seguros, por meio do Circuito Cultural Bradesco Seguros.

Na montagem de Farjalla, o cenário é uma espécie de mausoléu/portaria, impondo aos condôminos uma quase prisão, onde deverão discursar sobre seus posicionamentos discutidos, tendo que encarar o outro. “A ação ganha mais força pelo uso dos signos das cores, aqui representada nos figurinos em uma alusão ao Flicts de Ziraldo”, nos adianta o diretor, admirador do autor e do texto, completa “O Que Faremos Com Walter? é sobre a necessidade de olhar para o outro sem o enxergar, condição em que vivemos diariamente em nossas redes sociais, nos aplicativos de relacionamento, nas mesas de bar, em casa.”

Quem viverá Walter, o Zelador, será o ator Elias Andreato, que volta aos palcos depois de um longo período dedicando-se à escrita e direção. E não poderia encontrar melhores personagem e montagem para tal feito.

Para dar vida aos condôminos, ao Zelador e o surpreendente aparecimento de uma irmã, os produtores e o diretor, reuniram um elenco notável. Norma Blum, que em março de 2023 (mês das mulheres) completa 70 anos de carreira, Flávio Galvão (Tieta, Cambalacho, Força de Um Desejo, Império, A Bíblia), Marcello Airoldi (no teatro, Amor Profano, A Queda, de sua autoria, Misery. Na Televisão, entre tantos, Belíssima, Novo Mundo, Viver a Vida Prêmio Quem por Viver a vida), Grace Gianoukas (Terça Insana, Haja Coração, Salve-se Quem puder, Grace em Revista, Dercy), Marianna Armellini  (Olívias na Tv, Ti Ti Ti, Vai que Cola, Salve-se Quem Puder) e Fernando Vitor ( No teatro Mary Stuart, Terremotos, Mãe Coragem) e Elias Andreato (com 46 anos de carreira e algumas dezenas de personagens marcantes no teatro, como em A Gaivota, Diário de Um Louco, Artaud, O Avarento, Van Gogh, Estado de Sítio, Amigas, Pero No Mucho, Pessoa. Na televisão, A Grande Família e Beleza Pura).

Moradores do condomínio convocam uma reunião extraordinária para decidirem o que fazer com Walter, zelador do edifício há anos.

O início, tudo é amenidade. A comicidade começa quando discussões sérias, referente aquele condomínio, são expostas, o que também induz o público à emoção.

Todo tipo de absurdos, que faz o público rir de situações constrangedoras, são expostas. Um fato inesperado acontece. A chegada da irmã gêmea do Zelador também é uma linha condutora da história. As discussões entre os personagens contem palavras com viés ideológico, apontam traições e atitudes diferentes entre as gerações.

O texto aborda a questão do idoso. Traz à tona um tema importante, o ETARISMO, de forma leve, mas, questionadora. E convida o público a refletir sobre a maneira que convive com seus idosos.

A comédia escrita pelos argentinos Juan José Campanella e Emanuel Díez, traz de forma irreverente, o cotidiano vivido por tantos condôminos. Uma reflexão sobre nossos comportamentos e, quem sabe, mudar a partir daí. Ou não. Enfim.

E uma pergunta que não quer calar: o que aqueles condôminos farão com Walter?

O que faremos com Walter? (de 03 de março até 23 de abril)
Gênero: Comédia
Quando: Sextas e sábados às 20h / Domingos às 18h
Local: Teatro Opus Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569, Consolação, São Paulo/SP, Shopping Frei Caneca)
Capacidade: 600 lugares
Ingressos: de R$ 35,00 a R$ 100,00
Sessão popular com tradução de libras dia 05/03
Duração: 100 minutos
Classificação: 12 anos
Acessibilidade: lugares para cadeirantes e obesos, elevadores, atendimento preferencial e banheiros adaptados a pessoas com necessidades especiais.
Estacionamento no local

Ficha técnica:
Autores: Juan José Campanella e Emanuel Diez
Tradução: Diogo Villa Maior
Direção e encenação: Jorge Farjalla
Assistente de direção: Leonardo Miggiorin
Elenco: Elias Andreato, Grace Gianoukas, Marcello Airoldi, Mariana Armellini, Fernando Vitor
Atores convidados: Norma Blum e Flávio Galvão
Alternante Norma Blum: Vivian Barabani
Coordenação de produção: Leonardo Miggiorin
Direção de produção: Danny Olliveira
Figurinos e adereços: Jorge Farjalla
Assistente de figurino: Igor Dib e Leonardo Miggiorin
Iluminação: César Pivetti
Operador de luz: Luiz Fernando
Cenário: Marco Lima
Cenotecnica: Casa Malagueta (Alício Silva, Giorgia Massetani, Igor B Gomes, Bruno Leandro, Mariana Maschietto, Dandhara shoyama, Hebrom Barbosa, Júlia Leandro, Demi Araújo, Julia Morinaga, Daniel Cantanhede, Helio Jr
Contra-regra: Hugo Peak
Trilha sonora original e produção musical: Daniel Maia Designer
Operador de som: Fernando
Fotografia: Caio Gallucci
Fotografia leitura auditório do Man: Abner Palmas
Filmagens e edições: Amílcar Neto e Lucas Lyrio
Identidade visual e designer gráfico: José Godoy
Visagismo: Dicko Lorenzo
Camareira: Silvia Lopes
Costureira: Juditi de Lima e equipe
Planejamento de comunicação: Danny Olliveira e Priscilla Coutto
Gestão de midia e marketing cultural: Rodrigo Medeiros (R+Marketing)
Assistente de produção: Igor Dib
Assistente de produção (etapa 1): Ton Prado
Assessoria de imprensa: Morente Forte Comunicações
Produção executiva: Leonardo Miggiorin, Danny Olliveira, Priscilla Coutto e Igor Dib
Assessoria de prestação de contas: Jones
Contabilidade: Alberto Henrique Lemos – Contábil Business
Assessoria jurídica: Edmundo Pires
Administração: LM Produções Artísticas
Assistente de produção: Igor Dib e Amanda Mendes
Produtores: Leonardo Miggiorin e Danny Olliveira
Idealização: Danny Olliveira
Realização: LM Produções Artísticas e Pólen Cultural

Por Jorge Farjalla

“Ou seja, pra você a mudança é não mudar nada.”

A obra dos autores Campanella e Diez tomaram exatamente a mesma proporção e potência da frase acima pinçada do texto e veio, de assombro para mim, com a ideia de inércia que nos colocamos, não somente na vida como também nas relações pessoais. Para desenhar bem – a você espectador – é como fazer uma publicação no IG, abreviação de Instagram, porque todos estão fazendo a mesma publicação sem nem saber o motivo pela qual essa publicação é feita. Parece confuso, mas é isso mesmo.

“O Que Faremos Com Walter?” é sobre a necessidade de olhar para o outro sem o enxergar, condição em que vivemos diariamente em nossas redes sociais, nos aplicativos de relacionamento, nas mesas de bar, em casa… os autores usaram do etarismo para sobrepor o que realmente se escancara com o texto impecável, vindo de um período na Argentina, país de origem da obra, em que a política e as condições sociais daquele país refletiam uma nação descontente nas ruas em 2017/2018, período em que a obra estava em cartaz.

Fui presenteado pelos produtores Danny Olliveira e Leo Miggiorin para enfrentar essa comédia, sim porque é uma comédia e por isso tem sua função de crítica, que na encenação adquiriu um tom de Teatro do Absurdo, o que texto me provocava, exatamente a loucura e inércia num recorte do microcosmo de uma sociedade doente e aniquilada diante da lei do mais forte ou da sabedoria/inteligência do mais fraco, chegando num espelhamento entre as personagens refletidas na sua solidão diária e nos egos inflados daqueles que não se importam com o outro.

Presos numa espécie de mausoléu/portaria em que o elevador é quase um ‘sasportas’ kafikaniano, onde essa sociedade/condôminos vive suas vidas de acordo com a ideologia de cada um e são surpreendidas/forçadas a se olharem uns para os outros. A ação ganha mais força pelo uso do signo das cores, aqui representada nos figurinos em uma alusão ao ‘Flicts’ de Ziraldo, onde aquele que não tem cor se sentiria renegado ou ainda, na surpresa ao descobrir o significado dessas cores como um símbolo/crítica dessa nossa sociedade.

Walter é a representação não só da liberdade de expressão de uma sociedade como também da essência dela mesma. Se identificar com essa personagem é a ponta do iceberg para entender que ele se representa como fio condutor de uma sociedade falida à repetição de padrões e pré-conceitos ainda arraigados num mesmo sistema.

Walter sou eu, você e todo aquele que acredita em MUDANÇA.

Por Danny Olliveira

Textos argentinos que unem comicidade e profundidade ao mesmo tempo, sempre me chamaram a atenção. A simplicidade ao falar com o público, que aproxima a plateia, sem perder a acidez dos personagens, me encanta.

Meu objetivo é levar entretenimento ao público, mas com mensagens importantes que de fato nos ajudem a ser pessoas melhores para nós, e para os outros.

O que faremos com Walter, vai fazer o expectador rir, se emocionar, se divertir em família, sozinho, com os amigos e com seus vizinhos de condomínio, mas ao mesmo tempo refletir sobre nosso processo de envelhecer e dos que estão envelhecendo à nossa volta. Sou grata por este reencontro com Farjalla, que além de amigo, é um profissional que admiro. Gosto do “fora do lugar comum”. E ele sabe fazer isto muito bem.

Por Leonardo Miggiorin

Produzir Teatro é aprender a falar no plural. Aprender a prever situações. É considerar todos os lados e entender que cada momento, cada palavra, pode alterar o rumo da história. É lembrar do objetivo maior e seguir. É aprender a se divertir mesmo em meio ao caos. Entender que do Caos nasce uma Nova Ordem! É dividir e multiplicar.

Produzir Teatro é acompanhar o nascimento do talento, da força e do brilho de um Artista em cena. É saber que o Artista e a Arte renascem em qualquer terreno, sob quaisquer circunstâncias.

Agradeço a cada pessoa que me ajudou a trilhar este caminho, um novo início pra mim e para os que me acompanham.

E que venham muitas alegrias e saúde para todos os envolvidos em “O que faremos com Walter?”, inclusive vocês, público amado e esperado!!

Sem vocês, nada disso faria sentido! Obrigado, do fundo do meu coração!!

Leonardo Miggiorin

Sobre o Circuito Cultural Bradesco Seguros

Manter uma política de incentivo à cultura faz parte do compromisso do Grupo Bradesco Seguros considerando a cultura como ativo para o desenvolvimento dos capitais do conhecimento e do convívio social. Nesse sentido, o Circuito Cultural Bradesco Seguros se orgulha de ter patrocinado e apoiado, nos últimos anos, em diversas regiões do Brasil, projetos nas áreas de música, dança, artes plásticas, teatro, literatura e exposições, além de outras manifestações artísticas.

Dentre as atrações incentivadas destacam-se os musicais “Bibi – Uma vida em musical”, “Les Misérables”, “70 – Década do Divino Maravilhoso”, “Cinderella”, “O Fantasma da Ópera”, “A Cor Púrpura” e “Conserto para Dois”, além da “Série Dell’Arte Concertos Internacionais”, “Pixar in Concert”, a exposição “Mickey 90 Anos” e o “Festival Dell’Arte de Dança”.

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