quarta-feira, 15 outubro, 2025

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Exposição

Em cartaz: Xingu – Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo

Matéria e foto: Divulgação

A exposição Xingu – Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo já está aberta no Museu A CASA do Objeto Brasileiro, em São Paulo. O projeto nasce da parceria entre a designer Maria Fernanda Paes de Barros, da Yankatu, e artesãos do povo Mehinaku, do Alto Xingu (MT), em um encontro que valoriza a escuta, o respeito aos modos de fazer tradicionais e a construção colaborativa.

“A ideia do projeto nasceu há cerca de cinco anos, a partir de uma imersão que realizei sozinha na aldeia Kaupüna para desenvolver uma coleção de peças em parceria com a comunidade. Durante esse processo, tive a ideia de fazer o tingimento natural de fios de algodão utilizados na produção de algumas peças — o que despertou neles um interesse genuíno pela técnica. A partir dali, ficou evidente o potencial de um diálogo que respeitasse profundamente os modos de fazer tradicionais, sem modificá-los, mas ampliando suas possibilidades de aplicação em novas criações”, explica Maria Fernanda, idealizadora e curadora do projeto.

Na mostra, o público encontra objetos tradicionais — como bancos zoomorfos, cestarias e esteiras — ao lado de peças inéditas desenvolvidas coletivamente. Uma das ações foi a realização de oficinas de tingimento natural conduzidas por Maibe Maroccolo, da Mattricaria, que resultou em uma paleta de 12 cores naturais obtidas a  partir de elementos do entorno da aldeia e aplicadas em fios de algodão. Essa investigação revelou novas possibilidades estéticas para produção das mulheres Mehinaku, que lidam com o buriti e o algodão em seu cotidiano criativo.

A expografia da mostra, assinada por Daniela Karam, também traduz esse encontro: as cores foram inspiradas justamente na paleta de cores gerada pelas pesquisas de pigmentos naturais e, em diálogo com a Sherwin-Williams, foram selecionadas tonalidades já existentes no portfólio da marca para compor o espaço expositivo. Dessa forma, tradição e inovação se cruzam até mesmo no ambiente da mostra, ampliando a potência narrativa das obras.

Ao lado de Maria Fernanda, o artista Kulikyrda Mehinako assina a curadoria das obras tradicionais que compõem a mostra. Além das peças, o público pode acessar um minidocumentário inédito, que apresenta os bastidores e a trajetória do projeto, e um catálogo virtual gratuito, reunindo imagens, reflexões e depoimentos sobre os processos criativos.

Serviço

Xingu: Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo

Local: Museu A CASA do Objeto Brasileiro (Av. Pedroso de Morais, 1216 – Pinheiros , São Paulo – SP, 05420-001)

Período expositivo: até 26 de outubro de 2025

Horário: De quarta a domingo, das 10h às 18h

Entrada gratuita

Exposição

SP-Arte Rotas 2025 ocorre entre 27 e 31 de agosto com a presença de 65 projetos curados

Matéria: Divulgação
Foto: Heitor dos Prazeres, “Sem título”, década de 1960. © Sergio Guerini / cortesia Almeida & Dale

Agosto de 2025 – Após três edições bem-sucedidas como Rotas Brasileiras, a feira evolui e passa a se chamar SP-Arte Rotas. A mudança reflete um movimento já presente: ampliar o olhar para além do território nacional, sem perder de vista os vínculos com a produção artística brasileira. A próxima edição acontece de 27 a 31 de agosto, na Arca, em São Paulo, reunindo 65 expositores — entre galerias, museus e projetos especiais — de 12 estados do país, além de representantes internacionais da Argentina e da Amazônia Peruana.

Orbitam esta edição temas como erotismo, território e ambientalismo em suportes variados, entre pinturas, esculturas, cerâmicas e obras têxteis. A feira amplia seu escopo curatorial e consolida sua vocação como um espaço de descoberta, conexões e circulação da arte brasileira e latino-americana.

Entre os nomes confirmados estão galerias de trajetória consolidada como Luisa Strina, Almeida & Dale, Gomide&Co, Mendes Wood DM, Vermelho, Luciana Brito, Flexa, Galatea, Mitre e Martins&Montero, ao lado de estreantes na feira como MT Projetos de Arte, MaPa Foto, Isla Flotante (Argentina) e Xapiri Ground (Peru).

A feira também antecipa o clima da 36ª Bienal de São Paulo, que inicia na semana seguinte. Diversos artistas presentes na Bienal também terão obras em Rotas: Gê Viana, Gervane de Paula, Heitor dos Prazeres, Lidia Lisbôa, Maxwell Alexandre, Rebeca Carapiá, Maria Auxiliadora, Manauara Clandestina, Marlene Almeida, Nádia Taquary e Moisés Patrício.

“SP-Arte Rotas é um convite para explorarmos novos caminhos. Um espaço para conhecer produções fora do eixo Rio-SP, reencontrar nomes consolidados sob novas perspectivas e acompanhar movimentos em formação”, afirma Fernanda Feitosa, idealizadora e diretora da SP-Arte.

Uma das novidades desta edição é o Transe, projeto de Lucas Albuquerque que reúne cinco jovens artistas, nacionais e internacionais. A curadoria investiga o não-figurativo: práticas que problematizam a figuração ao mesmo tempo em que recusam os cânones da abstração moderna. Confira aqui os participantes.

Grandes formatos e curadoria de peso: setor Mirante

Pelo segundo ano consecutivo, Rodrigo Moura, curador do Malba (Buenos Aires), assina a direção artística de Rotas. Ele também é o responsável pelo setor Mirante, que reúne artistas de gerações e pesquisas distintas entre si: pinturas, esculturas e instalações, principalmente em grande escala. O Mirante se coloca no centro da feira como um disparador de rotas e reflexões, provocando diálogos em torno das várias identidades brasileiras. Confira os artistas participantes.

Projetos: entre tradição, memória e experimentação

Na Almeida & Dale, destacam-se nomes como Heitor dos Prazeres, Lidia Lisbôa, Maxwell Alexandre e Rebeca Carapiá ao lado de artistas consagrados como Tunga, Paulo Pasta, Jaider Esbell e Hélio Melo.

Na Xapiri Ground, do Peru, obras de Gerardo Petsaín Sharup, de descendência indígena Wampís, que cria a partir dos mitos de seu povo. Na Isla Flotante, um diálogo entre Mira Schendel e Rosario Zorraquín.

A Gomide&Co propõe uma aproximação artística entre mãe e filha: Teresinha e Valeska Soares, cujas práticas, ainda que muito diversas, tensionam aspectos da falta, do desejo e da memória.

De Salvador, a galeria Paulo Darzé aproxima os universos das artistas Nádia Taquary e Goya Lopes destacando diferentes abordagens do legado afro-brasileiro.

A galeria Luisa Strina apresenta uma individual de Marepe, artista que transforma objetos cotidianos em artefatos carregados de memória e crítica social.

A galeria Galatea exibe um solo do artista Tito Terapia, cuja trajetória teve início nas ruas da Zona Leste de São Paulo por meio do pixo e hoje explora a pintura ao ar livre com tintas que ele próprio desenvolve.

Com obras de Adriana Varejão, Alvim Corrêa, Tomie Ohtake, Leonilson e Tunga, a galeria carioca Flexa reúne obras sob a ótica do erotismo.

De Recife, a Marco Zero apresenta um projeto curatorial de Cristiano Raimondi que faz aproximações técnicas e estéticas entre artistas como Marlene Almeida e Vinicius Barajas e Rayana Rayo e Cícero Dias.

A MaPa exibe obras de Delba Marcolini, Agi Straus e Sepp Baendereck. Já na MaPa Foto, o foco são fotografias modernistas com viés erótico de nomes como Alair Gomes, Otto Stupakoff, Helmut Newton e Alicia Rossi.

A Karandash, galeria de arte popular fundada por Dalton Costa e Maria Amélia Vieira, apresenta um recorte da Coleção Karandash, com obras de Amilton, Dalton Costa, Jasson, Maria Amélia Vieira, Roxinha Lisboa e Valmir.

Com curadoria de Divino Sobral, a goiana Cerrado exibe artistas do Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso: Lucélia Maciel, Gervane de Paula, Paulo Pires, Genor Sales, Tor Teixeira, Abraão Veloso, Alice Lara e Matias Mesquita.

O projeto da galeria Mitre, de Minas Gerais, toma como ponto de partida a amizade entre Abdias do Nascimento e Sebastião Januário para refletir sobre a colaboração. A galeria destaca trabalhos conjuntos de Rafael RG e Marcos Siqueira, e Carlos Zilio e Gustavo Speridião.

Na galeria Marcelo Guarnieri, um solo da artista Helena Carvalhosa, que segue em plena produção aos 80 anos, com pinturas, objetos e cerâmicas que revelam sua relação íntima com a poesia.

Na Vermelho, as séries “A Sônia” e “O voo do watupari”, de Claudia Andujar, e obras de Carmela Gross. Na Cave, de Fortaleza, a curadoria é de Lucas Lacerda e leva à feira obras de: Charles Lessa, Jane Batista e Navegante, mulher indígena tremembé. Na Lima, artistas como Thiago Martins de Melo foram convidados a explorar fazeres manuais, como bordado e tapeçaria.

Entre os projetos especiais, está Jalapoeira Apurada, que reúne mulheres quilombolas do Jalapão para produzir luminárias escultóricas em capim dourado. Já Novos Para Nós apresenta o projeto “O popular é pop”, com obras de artistas como Ranchinho, J. Borges e Gilvan Samico.

Palco SP-Arte

A programação de conversas vai de quinta, dia 28 de agosto, a sábado, dia 30, e contempla papos descontraídos entre artistas e curadores. As mesas não serão transmitidas ou gravadas, então a oportunidade de vê-las é ao vivo.

Dia 28 de agosto, quinta-feira

15h | Rebeca Carapiá conversa com Deri Andrade

16h | Para além da visão

Vivian Caccuri e Karola Braga; mediação de Felipe Molitor

17h | O reencontro com Otto Stupakoff

Bob Wolfenson e Rubens Fernandes

18h | Como nasce um museu: a chegada do Museu Vassouras

Catarina Duncan e Laura Rago

Dia 29 de agosto, sexta-feira

15h | Latin American Art in a Global Context

Vivian Crockett, Eugenio Viola, Larry Ossei-Mensah e Margot Norton

(em inglês)

16h | Arte brasileira e internacionalização: a perspectiva do artista

Tiago Mestre e Edu Silva; mediação de Brunno Silva

17h | Manauara Clandestina conversa com Deri Andrade

Dia 30 de agosto, sábado

14h30 | Do alto do Mirante

Rodrigo Moura conversa com Paloma Bosquê, Patricia Leite e Ana Prata

16h | Arte popular: como colecionar

Edmar Pinto Costa e Alexandre Martins Fontes; mediação de Amanda Tavares

17h | Transe: found in translation

Lucas Albuquerque, Caio Carpinelli, Emilia Estrada, Fernão Cruz, Marina Woisky e Marlan Cotrim

Convidados internacionais

A SP-Arte tem se dedicado, ano após ano, a fortalecer sua programação VIP e a construir pontes entre o Brasil e o mundo. Nesta edição de SP-Arte Rotas, a feira mais do que duplicou o número de convidados internacionais em relação ao ano passado, entre curadores, diretores de instituições, pesquisadores, colecionadores e outros profissionais que atuam em diferentes pontos do circuito da arte contemporânea.

Entre esses nomes, estão Lucas Morin, curador do Jameel Arts Centre, em Dubai; Vivian Crockett, curadora do New Museum, em Nova Iorque; Larry Ossei-Mensah, curador, crítico e cofundador da Artnoir, ONG dedicada a ampliar vozes de artistas, curadores e comunidades negras nas artes; Jennifer Inacio, curadora-associada no Pérez Art Museum Miami e Katherine Brodbeck, curadora de arte contemporânea no Dallas Museum of Art. Pelo segundo ano consecutivo, também vem para a feira o colecionador David Teplitzky e Will Palley, apresentador do podcast “Art From the Outside”.

SP-Arte Rotas 2025

27–31 agosto

ARCA – av. Manuel Bandeira, 360 – Vila Leopoldina

São Paulo – SP

CEP 05317-020

Horários

27 de agosto: convidados

28 de agosto: 13h às 20h

29 e 30 de agosto: 12h às 20h

31 de agosto: 12h às 19h

Ingressos estão à venda no site e no app SP–Arte. Gratuito, o aplicativo está disponível nas versões iOS e Android e dá acesso a todo conteúdo da feira, além da agenda cultural em São Paulo durante o evento.

Exposição

Instituto Tomie Ohtake apresenta Casa Sueli Carneiro em residência

Matéria e foto: Divulgação

A mostra é resultado de um processo formativo e coletivo, realizado ao longo de 2024, dentro de uma residência voltada exclusivamente a pessoas negras na Casa Sueli Carneiro. Os participantes receberam acompanhamento curatorial, participaram de oficinas, encontros teóricos, vivências, além de acesso exclusivo ao acervo da Casa, conjugando pesquisa, memória e experimentação a partir das contribuições do pensamento de Sueli Carneiro, do feminismo negro brasileiro e das diásporas africanas.

O programa foi orientado pelas pesquisadoras Luanda Carneiro Jacoel, Taina Silva Santos e Ionara Lourenço, e compreendeu os seguintes eixos: História Negra e Feminismos Negros, Artes e Documentação. A experiência propôs um intercâmbio entre diferentes campos do saber e modos de criação, incentivando a articulação entre legado, linguagem, arte e justiça social.

Serão apresentados sete projetos nas áreas de artes visuais, performance, literatura, audiovisual, educação e memória que tensionam temas como feminismos negros na América Latina, a atuação política das mulheres negras na cultura brasileira, ancestralidade e corpo, racismo estrutural e encarceramento, pedagogias decoloniais e estratégias de resistência a partir da arte. São eles:

  • Aparicências, instalação sonora de Liliane Braga (Ndembwemi), propõe uma fabulação entre vozes ancestrais e o acervo, ativando a oralidade como eixo da epistemologia negra.
  • Gẹ̀lẹ́dẹ́ – o drama e o cultivo de micro sociedades agrícolas, de Olaegbé (Jéssica Nascimento), apresenta uma máscara cerimonial africana em diálogo com imagens e dramaturgia sobre a fundação do Geledés – Instituto da Mulher Negra.
  • Jogo do Bem-Viver, de Agnis Freitas e Carolina Melo, convida o público a refletir sobre tecnologias políticas de mulheres negras por meio da ludicidade.
  • Entre a esquerda e a direita, continuo sambando, documentário experimental de Maria Júlia Petronilho, investiga o protagonismo das mulheres negras nas escolas de samba paulistanas.
  • O Brigue de Bracuí, documentário dirigido por Thiago Fernandes, Mario Guetto Groove e Fael Miranda, tensiona a história da escravidão a partir de registros e narrativas contra-hegemônicas.
  • Lançamento do Minidicionário Teórico Negro Brasileiro do Pensamento de Sueli Carneiro, de Gilvaneide de Sousa Santos, com ilustrações de Alice Guedes, propõe uma ferramenta pedagógica para aplicação das leis 10.639/03 e 11.645/08.
  • Exposição virtual Racismo estrutural e políticas públicas, de Daruê Zuhri, apresenta reflexões visuais e textuais sobre desigualdades raciais no Brasil contemporâneo.

A mostra traz ainda uma seleção de livros e documentos que integram o Acervo Sueli Carneiro, sob curadoria de Ionara Lourenço, coordenadora de acervos da Casa, dispostos em diálogo com a biblioteca circulante da Casa Sueli Carneiro, disponível temporariamente para o público na exposição. A colaboração acontece também no âmbito do projeto Experiências Negras, criado em 2018 pelo Instituto Tomie Ohtake com o objetivo de evidenciar a atuação de profissionais negras e negros nas instituições culturais e fomentar políticas de inclusão por meio de mapeamentos, publicações, debates e ações formativas.

Programa Público

A esta exposição soma-se um programa público de encontros, oficinas e vivências. No dia 13 de junho, sexta-feira, haverá uma programação concebida especialmente para professores das redes pública e privada, com visita à exposição e prática no ateliê acompanhadas pela equipe de educadores da instituição. A participação no evento acontece mediante inscrição prévia e está sujeita a lotação. No dia 21 de junho, das 18h às 19h, será realizada uma performance com Melvin Santana. Já no dia 28 do mesmo mês, da 16h às 18h, ocorre a conversa com Leda Maria Martins e Aldri Anunciação. No dia 05 de julho serão três eventos, começando pela conversa com William Santana Santos e Guilherme Diniz, com mediação de Mari Per, das 16h às 18h, seguida por uma palestra com Samuel Titan sobre José Medeiros, das 18h às 18h30 e, encerrando a programação do dia, uma performance com Verônica Santos, das 18h30 às 19h30. No dia 19 de julho, das 16h às 19h, ocorre uma sessão do filme de Daniel Solá Santiago seguido de debate com Mari Queen e Heitor Augusto. Uma performance com Malu Avelar no dia 02 de agosto, das 16h às 18h, encerra a programação. A programação é atualizada pelo site e redes sociais do Instituto ao longo do período expositivo.

Amigo Tomie

O Programa de Amigos do Instituto Tomie Ohtake quer aproximar o público de um dos espaços de arte mais emblemáticos da cidade de São Paulo. Além de apoiar, o Amigo Tomie fará parte de uma comunidade conectada à arte, contará com benefícios especiais e experiências únicas. São três categorias de apoio, contribuindo com novas exposições, programas educativos, orçamento anual e manutenção do Instituto.

Serviço:

Casa Sueli Carneiro em residência

Abertura: 12 de junho, às 19h

Em cartaz de 13 de junho a 3 de agosto de 2025

De terça a domingo, das 11h às 19h – entrada franca

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) – Pinheiros SP

Metrô mais próximo – Estação Faria Lima/Linha 4 – Amarela

Fone: 11 2245 1900

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