quinta-feira, 16 outubro, 2025

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Teatro

Barracão Cultural apresenta espetáculo infantil RUMBOLDO, adaptação da obra homônima de Eva Furnari, dias 17, 18 e 19 de outubro no Teatro Cacilda Becker 

Matéria: Divulgação
Foto: Andréa Pasquini

Os delírios e manias de um pequeno monarca autoritário são mote de Rumboldo, novo espetáculo infantil da premiada companhia Barracão Cultural, que, desta vez, adapta a obra homônima de Eva Furnari. O espetáculo se apresenta no Teatro Cacilda Becker nos dias 17, 18 e 19 de outubro de 2025.

A peça tem texto de Eloisa Elena e direção de Rhena de Faria. E, no elenco, estão Caio Teixeira, Eloisa Elena, Leandro Goulart e William Simplício. A produção é possível graças ao ProAC 2024 – Montagem para público infantojuvenil, por meio da Secretaria de Cultura, do Governo do Estado de São Paulo.

A trama narra a história de um príncipe que, ao herdar o trono, após a morte repentina de seu pai, o respeitado e querido Rei Rusbão, perde-se em seus desmandos e delírios de poder, criando leis absurdas e condenando à prisão todos aqueles que contestam suas decisões. Após levar à cadeia todo o reino, Rumboldo se vê sozinho, desprotegido e percebe que todos os seus súditos estão vivendo bem e felizes na Torre de Pedra, onde foram presos.

A narrativa de Furnari se apresenta como um mote perfeito para pôr em pauta os perigos e consequências do exercício autoritário do poder. “Nos últimos anos vimos o fortalecimento de discursos anti-democráticos na esfera política mundial, gerando efeitos transversais que perpassam as relações interpessoais e coletivas, moldando e validando atitudes de intolerância e segregação na sociedade. Diante disto, acreditamos que se faz necessário trazer a reflexão sobre os efeitos do poder autoritário para o público infantil”, comenta Eloisa Elena.

A dramaturgia traz uma linguagem leve e ágil, que serve de base para o jogo da encenação, que explora as técnicas de improviso e os jogos de palhaçaria. Em cena, quatro intérpretes se revezam nas personagens, manipulam e conduzem a cenografia e cantam e tocam os instrumentos da trilha sonora de Morris, composta por canções executadas ao vivo.

Sobre a Barracão Cultural

A Barracão Cultural é um núcleo de criação e produção que tem como proposta realizar projetos que priorizem a pesquisa de temas e de linguagem, que sejam acessíveis e atendam a diferentes públicos. Formado por alguns parceiros fixos e outros convidados a integrar cada trabalho, desenvolve há 24 anos um exercício permanente de criação e produção de espetáculos, que obtiveram excelente acolhida de crítica e público.

Entre os espetáculos que fazem parte do repertório do grupo, estão “Trilha para as Estrelas” (2024),  “O Passarinho que não sabia voar” (2023), “Jogo de Imaginar” (2022), “Um arco-íris colorindo o céu” (2022), “Nós” (2019), “Entre” (2019), “On Love” (2017), “Já Pra Cama!”  (2015), “A Condessa e o Bandoleiro” (2014), “Facas nas Galinhas” (2012), “O Tribunal de Salomão e o julgamento das meias-verdades inteiras” (2011), “Cacoete” (2008) e “A Mulher que Ri” (2008).

Ficha Técnica

Texto: Eloisa Elena

Direção: Rhena de Faria

Elenco:  Caio Teixeira, Eloisa Elena, Leandro Goulart e William Simplício

Canções e direção musical: Morris

Cenário e Iluminação: Marisa Bentivegna

Figurino: Marichilene Artisevskis

Coordenação técnica e operação de som: Maurício Mateus

Operação de luz: Le Carmona

Preparação Corporal: Maurício Flórez

Adereços: Tetê Ribeiro

Bonecos: Ivaldo de Melo

Assistência de produção: Ale Picciotto

Produção e Realização: Barracão Cultural

Sinopse

Como um simples cocô de passarinho pode mudar o destino de um reino? A culpa, porém, não foi do passarinho, foi do Rei Rumboldo, um reizinho autoritário e com mania de grandeza, que queria mandar em tudo e fazer as leis mais importantes do mundo. Acontece que ele não tinha o menor talento para isso e acabou criando um monte de encrencas, até ficar triste, sozinho e com muito medo.

Serviço

Rumboldo, com Cia. Barracão Cultural

Apresentações:

17.10 – sexta 10:00 e 14:30h

18.10 – sábado 16h

19.10 – domingo 16h

Grátis Teatro Cacilda Becker – Rua Tito, 295

Classificação: Livre

Duração: 55 minutos

Teatro

Memorial do Futuro Recente

Um questionamento filosófico sobre o conceito de memória a partir de uma ferida aberta nacional, a ditadura civil-militar brasileira, é o que propõe o solo Memorial do Futuro Recente, com direção de Nelson Baskerville e atuação de Thiago Brianti. O espetáculo tem sua temporada de estreia no Teatro de Arena, de 10 a 25 de outubro, e depois disso, segue para o Teatro Cacilda Becker, entre 21 e 24 de novembro.

O texto tem como principal inspiração, de acordo com o dramaturgo Diones Camargo, uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar que foram obrigadas a presenciar seus pais sendo violentamente torturados pelos agentes da repressão. Tais horrores vivenciados em cativeiro causariam nelas traumas psicológicos severos, levando algumas até mesmo ao suicídio, anos depois.

“Esses relatos de horror e desumanidade que atestam a perversidade do Estado e de todos os envolvidos com a ditadura no Brasil se tornou a faísca para que eu imaginasse a trajetória fictícia desse menino desde seu nascimento – período este que coincidiria com a instauração do regime de exceção no país com o Golpe de 1964 até seu término em 1985, com a redemocratização”, explica o autor.

A peça fala justamente dessa existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores de uma Ditadura Militar que perseguia, torturava e apagava qualquer traço de humanidade daqueles que insistiam em confrontá-la. Um trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos de uma voz inconformada que, apesar de tudo, ainda insiste em se lembrar.

“Acreditamos que os culpados pelos crimes tenham de ser punidos pela lei. Mas em paralelo, acho que a cultura e a arte não podem parar de falar da ditadura, suas causas e efeitos. Trabalhar o tema artisticamente é uma das formas de abordar o problema nas consciências individuais, lembrar do que não pode ser esquecido, dar voz às vítimas e aos seus familiares e ainda tocar de maneira subjetiva, como só a arte consegue”, comenta o ator Thiago Brianti, que revela ser este o primeiro monólogo de sua carreira.

Já a encenação, antecipa Nelson Baskerville, é bem fiel à dramaturgia. “Como se trata de um memorial, estamos resgatando a história do personagem através de fotografias, vídeos e áudios originais da ditadura como, por exemplo: a implementação do AI 5. Além disso sua memória também será resgatada através dos desenhos que o personagem teria feito quando criança”, esclarece.

“O Teatro de Arena e o Teatro Oficina foram, até serem proibidos, um grande aliado da reação ao golpe de 64. Acredito que o teatro poderia formar toda uma geração consciente das violências que vivemos”, afirma o diretor.

Ficha Técnica

Idealização: Nelson Baskerville e Thiago Brianti
Dramaturgia: Diones Camargo

Direção: Nelson Baskerville

Diretora Assistente e Colaboração Criativa: Anna Zêpa

Atuação: Thiago Brianti

Cenário: Nelson Baskerville

Ilustrações do Cenário: Nelson Baskerville

Pintura da Lona: Eluzai Goulart – ZUZA

Aderecista Banheira: Ludoviko Bütcher

Figurino: Marichilene Artisevskis

Desenho de Luz: Felipe Tchaça

Direção Musical: Daniel Maia

Direção de Imagem e Vídeomapping: André Grynwask e Pri Argoud [Um Cafofo]

Operação de Som: Gabriel Müller

Operação de Luz: Felipe Tchaça e Paula Selva

Operação de Vídeo: Allyson Lemos

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Diagramação e Filmagem: João Paulo Melo

Redes Sociais: May Nimmy

Fotos: Jennifer Glass

Direção de Produção: Iza Marie Miceli

Realização: ADAAP – Associação dos Artistas Amigos da Praça

Sinopse

No corredor das memórias esquecidas, uma criança cujos pais foram torturados, volta já adulto aos porões da ditadura. Seu corpo fora do tempo percorre o trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos da voz inconformada que, apesar de tudo, insiste em se lembrar. Diante dos olhos fechados dos interlocutores, sua história familiar se confunde com um período sombrio da História do Brasil. Um memorial da existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores de um regime de exceção.

Serviço
Memorial do Futuro Recente, de Diones Camargo
Direção: Nelson Baskerville
Classificação:  16 anos
Duração: 70 minutos

Teatro de Arena

Endereço: Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – Vila Buarque

Temporada: 10 a 25 de outubro*, às quintas e sextas, às 20h

*Sessões extras nos dias 18 e 25 de outubro, às 18h

Ingressos: Gratuito

Capacidade: 99 lugares

Teatro Cacilda Becker

Endereço:  Rua Tito, 295 – Lapa, São Paulo

Temporada: 21 a 24 de novembro

De quinta a sábado, às 21h, e no domingo, às 19h

Ingressos: Gratuito

Capacidade: 198 lugares