quinta-feira, 16 outubro, 2025

archiveteatro

Teatro

ALUGA-SE UM NAMORADO, Comédia com Eri Johnson e Ju Knust

Matéria e fotos: Divulgação

Estreia na sexta-feira, dia 13 de junho, no Teatro Multiplan MorumbiShopping, a comédia Aluga-se Um Namorado, protagonizada e dirigida por Eri Johnson. Com sessões às sextas, sábados e domingos, o espetáculo marca o retorno de um sucesso das décadas de 1990 e 2000, agora em nova temporada em São Paulo.

Adaptada por Gustavo Klein a partir do texto original do inglês James Scherman, a peça aborda com leveza e bom humor as relações familiares, estabelecendo conexão com o público. No elenco, estão também Ju Knust, Myrian Rios, Raymundo de Souza, João Lima Junior e Marcondes Oliveira.

Com diálogos ágeis e situações cotidianas, o espetáculo revisita temas afetivos com empatia e irreverência, mantendo a essência que consagrou sua trajetória em diversas cidades brasileiras nas últimas décadas.

Serviço
Aluga-se Um Namorado

Temporada: De 13 de junho a 09 de novembro de 2025 | Sextas, às 20h; sábados, às 18h e 20h; e domingos, às 17h30 e 19h30

Local: Teatro Multiplan MorumbiShopping

Endereço: Avenida Roque Petroni Júnior, 1089 Piso G2 do MorumbiShopping – Jardim das Acacias, São Paulo – SP, 04707-900

Ingressos:  R$ 160,00 / R$ 80,00 (setor 1) | R$ 120,00 / R$ 60,00 (setor 2)

Vendas: Sympla

Duração: 90 minutos

Classificação indicativa: 12 anos

Teatro

Sucesso de público, CENAS DA MENOPAUSA, com Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello, prorroga temporada

Matéria: Divulgação
Foto: Renam Christofoletti.

Após temporada de sucesso em Portugal, o espetáculo Cenas da Menopausa, comédia musical interpretada por Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello – que também dirige o espetáculo -, e com texto e versões musicais de Anna Toledo, faz curta temporada em São Paulo, no Teatro Claro MAIS SP, a partir do dia 12 de junho.

Cenas da Menopausa é uma peça sobre a mulher 50+, que retrata situações vividas no “segundo ato” da vida, através de cenas curtas e números com paródias musicais com personagens divertidas, honestas e, por vezes, dramáticas. As cenas refletem as inquietações, angústias, sonhos e desejos impactados pela maturidade e pela incontornável menopausa.

Mudanças corporais, questionamentos de vida e carreira, saúde, beleza, expectativas sociais e relacionamentos afetivos são abordados de forma franca – propondo, ao mesmo tempo, riso e reflexão sobre uma das fases mais impactantes e ainda pouco discutidas na vida das mulheres.

“A menopausa não é um fim, é um recomeço – e agora um espetáculo! Subo no palco para dar voz a essa revolução, com humor, verdade e emoção. Já falamos de tantos tabus, por que não esse? No palco, sou muitas; na plateia, somos milhões – e juntas, seguimos mais livres.”, define Claudia Raia.

“Escrever esta peça foi um desafogo!”, conta Anna Toledo, que assina o texto e as versões musicais do espetáculo. “Na época em que a Claudia Raia me convidou para escrever, eu estava em pleno climatério, atordoada com o que estava descobrindo sobre essa fase para a qual nada havia me preparado. Foi chocante perceber o meu despreparo para algo que acontece, aconteceu e acontecerá com absolutamente todas nós.”

“Quando a gente resolveu fazer esse espetáculo, logo decidimos que teria que ser uma comédia, pra falar com graça e leveza de um assunto que pode ser tão pesado. O processo criativo foi muito em cima das experiências da Claudia com a menopausa, da minha experiência como marido e também da autora Anna Toledo, que está passando por esse momento”, conta Jarbas Homem de Mello.

Ele completa: “Optamos por esquetes com várias situações de mulheres diferentes, em contextos diversos, para abordar sintomas, perspectivas e pontos de vista. No final, ainda tem um bate-papo com a plateia, que virou quase um momento de desabafo das mulheres, que percebem que não estão sozinhas.”

A estrutura do espetáculo acompanha o que a autora chama de “fases do luto ovariano” — choque, negação, revolta, depressão, barganha e aceitação. Cada cena traz uma mulher diferente vivendo um momento-chave da menopausa, e há uma personagem que costura toda a dramaturgia: Teresa, que atravessa todas essas fases.

Segundo Anna, o riso é uma chave essencial para quebrar o silêncio em torno do tema: “A menopausa é um grande perrengue, mas também rende histórias engraçadíssimas. E se todas nós ríssemos, juntas, com as nossas próprias histórias?”

O espetáculo traz intervenções musicais cômicas com paródias de músicas pop, usadas como vinhetas ou comentários das cenas. “Escolhi músicas bem conhecidas, que ficaram marcadas na voz de grandes divas. É mais uma camada feminina na linguagem do espetáculo”, completa a autora.

A história acompanha Teresa (Claudia Raia), uma mulher de 49 anos, casada há 18, mãe de dois filhos e sobrecarregada no trabalho como corretora de imóveis. Entre as responsabilidades do dia a dia, ela se depara com algo inesperado: os primeiros sintomas da menopausa.

Ondas de calor, insônia, alterações de humor e uma enxurrada de dúvidas vão transformar sua rotina em uma jornada surreal e cheia de reviravoltas cômicas. A peça ainda se propõe a discutir situações práticas que vão desde como abordar o novo momento com o parceiro, Mario, para não se isolar emocionalmente, ou como lidar com as capacidades criativas e de vitalidade que se apresentam nesta fase.

Outras personagens interpretadas por Claudia são Laurinha, mulher com mais de 50 anos, divorciada, sarada, jovial e em absoluta negação diante dos sintomas da menopausa; Gilda, mulher com mais de 60 anos, divorciada, hippie e desencanada, cujo marido a trocou por uma jovem de 20 e poucos; e Isabel, uma cinquentona  super executiva, workaholic, sem tempo para cuidados pessoais e cliente de Vini Visage, (interpretado por Jarbas). Claudia interpreta ainda um mix de divas 50+ que aparecem na abertura do espetáculo.

Já os personagens vividos por Jarbas são Mario, marido de Teresa; Alberto, ex-marido de Gilda, 60 anos; um médico; um vidente que trabalha com realinhamento energético, joga tarô e búzios; uma vendedora; uma freira; a tia Judite, uma senhorinha rabugenta de 75 anos; a cantora Madonna; e, como mencionado, Vini Visage – cabeleireiro e influencer no YouTube.

Com um repertório empolgante, o espetáculo revisita hits dos anos 80 e 90, transformando-os em paródias hilárias. Desde a abertura explosiva com um mashup de “Fever/Hot Stuff/Flashdance” até momentos icônicos como “Total Eclipse of the Heart”, “Like a Virgin” e “I Will Survive”, cada música traz uma nova camada de humor e ironia para a trama.

O cenário do espetáculo Cenas da Menopausa é formado por módulos de madeira que os próprios artistas movimentam em cena. Inspirada nas curvas e nuances femininas, a cenografia reflete as múltiplas camadas vividas pelas mulheres ao longo da vida. Para dar conta dessa narrativa dinâmica, as estruturas móveis se transformam rapidamente à vista do público revelando ambientes como uma academia de ginástica, um camarim, uma loja de roupas, o quarto de um casal, entre outros. O projeto cenográfico alia praticidade e fluidez sem abrir mão do charme e da sofisticação, características já reconhecidas nas produções estreladas por Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello.

A iluminação tem papel essencial na ambientação e contribui para guiar o público pelos temas abordados em cada momento. Já os figurinos adicionam dinamismo à encenação: são 12 trocas de roupa feitas por Jarbas Homem de Mello e 11 por Claudia Raia, além de peças cenográficas expostas em araras, somando mais de 60 peças no total.

Em Portugal, a Cenas da Menopausa ficou 6 semanas em cartaz  no Teatro Tivoli BBVA (em Lisboa), como parte das comemorações do centenário do espaço. Em seguida, percorreu por mais 6 semanas diversas cidades, passando pelo Coliseu Ageas (Porto), Teatro Aveirense (Aveiro), Cine-Teatro Garrett (Póvoa de Varzim), Teatro José Lúcio da Silva (Leiria), Centro de Artes e Espectáculo (Figueira da Foz) e Teatro das Figuras (Faro), totalizando 67 apresentações e reunindo um público de mais de 70 mil espectadores. O sucesso fez com que a peça, que já fazia sessões de terça a domingo, tivesse sessões extras para dar conta da demanda.

Ficha técnica

Elenco: Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello
Texto e Versões Musicais: Anna Toledo
Direção: Jarbas Homem de Mello
Diretora Residente: Sabrina Mirabelli
Diretor Musical, Arranjos e Trilha Sonora: Guilherme Terra
Voz Off: Miguel Falabella
Trilha Sonora – backing vocals: Helga Nemetik, Marilice Cosenz e Paula Capovilla
Design de Som: Tocko Michelazzo
Design de Luz: Wagner Freire
Cenário: Natália Lana
Assistente de Cenografia: Victor Aragão
Cenotécnico: André Salles
Figurinos: Bruno Oliveira
Assistente de Figurino: Eliana Liu
Visagismo: Dicko Lorenzo
Assistente de Visagismo: Rud Motta
Contrarregra: Jonatas Henrique
Operador de Som: Silney Marcondes
Operador de Luz: Mateus Macedo
Produção: Amanda Leones (Versa Cultural) e Magali Elena Produções
Produção Geral: Fernando Pagan
Realização: Raia Produções

SERVIÇO

Cenas da Menopausa
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos
Temporada: A partir 12 de junho de 2025
Local: Teatro Claro MAIS SP – Shopping Vila Olímpia – R. Olimpíadas, 360 – Vila Olímpia, São Paulo – SP, 04551-000
Capacidade: 801 lugares

Sessões
Quinta a sábado, às 20h
Domingos às 18h

Ingressos

De R$25 a R$250.
Obs.: Confira legislação vigente para meia-entrada

CANAIS DE VENDAS OFICIAIS:

Uhuu! – com taxa de serviço
Bilheteria física – sem taxa de serviço
Teatro Claro MAIS SP (Shopping Vila Olímpia)
De 2ª a sábado, das 10h às 22h
Domingos e feriados das 12h às 20h
Telefone: (11) 3448-5061

Teatro

NÃO FOSSEM AS SÍLABAS DO SÁBADO, dias 17 e 18 de junho

Matéria: Divulgação
Fotos: Tomás Franco

 

Um trágico e absurdo acidente que muda a vida de duas mulheres é tema de Não Fossem as Sílabas do Sábado, uma adaptação para o romance da escritora e defensora pública Mariana Salomão Carrara, que levou o Prêmio São Paulo de Literatura em 2023. O espetáculo, que estreou em 2024 e rendeu à Liana Ferraz, o Prêmio Shell de melhor dramaturgia, agora ganha duas novas sessões no Centro Cultural São Paulo (CCSP), nos dias 17 e 18 de junho, às 20h.  

A peça tem ainda direção de Joana Dória e elenco formado por Carol Vidotti e Fábia Mirassos. A ideia de transportar o romance para o palco surgiu de um encontro casual entre Vidotti e a autora Mariana Salomão Carrara na plateia de outro espetáculo, em junho de 2023.

“Eu perguntei para a Mariana se ela já tivera um livro seu adaptado para o palco e ela disse que adoraria que isso acontecesse. Nesse instante, a semente do projeto brotou na minha cabeça. Voltei para casa completamente eufórica, entendendo que ‘Não fossem as sílabas do sábado’ era a história que eu vinha buscando para contar numa peça. Tinha lido o livro numa quinta-feira de janeiro e me envolvido profundamente com essas personagens”, revela Vidotti, que assina a idealização da montagem.

A trama se passa em uma manhã de sábado, quando Ana, que está em uma loja de molduras, liga para seu marido André, pedindo ajuda para carregar o quadro com o pôster do filme favorito do casal. Como a casa dos dois fica ali perto e André está demorando muito, a esposa começa a suspeitar do atraso.

Um trágico acidente muda a vida de Ana e de sua vizinha Madalena, que moram no mesmo prédio, mas mal se conhecem: o marido de Madalena, ao pular da janela, desaba justamente sobre André. A partir de então, o que une as duas viúvas passa a ser justamente o que as separa. Em uma rotina de ausências, elas vão se aproximando e, juntas, atravessam a dor, a chegada de uma criança e as agruras do recomeço. Assim, nasce uma amizade que, talvez, expanda o que se entende por família.

“O luto vertiginoso que a narradora atravessa, as dores de ter seu plano de futuro perfeito destruído, as dificuldades com a maternidade, e a maneira como, acima de tudo, essas duas mulheres constroem uma relação de amizade e reformulam juntas o entendimento de família eram temas que vinham de encontro às minhas inquietações artísticas”, acrescenta Vidotti.

Sobre a sensação de ver seu romance adaptado para a cena, Mariana Salomão Carrara relata: “Descobri que dentro da minha cabeça de escritora, possivelmente dentro de qualquer cabeça de escritora, existe uma espécie de palco. Só me dei conta disso quando vi, num ensaio, as atrizes materializando as palavras que em algum momento escutei dentro da minha cabeça.  Fiquei muito emocionada e perdida ouvindo a conversa num léxico que não é o meu – figurino, sombras, refletores – tentando compreender esse fenômeno que é tragarem para fora do livro e da cabeça de escritora essas vidas e essas dores que parecia que eu estava conhecendo de verdade apenas ali”.

A adaptação da obra para os palcos vem como disparador de temas caros de trazer para o debate público, como vida e impermanência, memória e apagamento, maternidade e luto, resistência e recomeços, amizade e amor. Tudo sob uma perspectiva feminina.

Liana Ferraz, que adaptou a obra, comenta: “ganhar o Shell com a adaptação de um livro para os palcos celebra a união de duas linguagens que têm se revelado potentes e complementares. Além da consagração da literatura em cena, a peça aborda um tema que tem me mobilizado muito. A obra fala sobre amizade entre mulheres. E, não se enganem, não há nada de trivial nisso. Mulheres que se reconhecem como novas configurações de comunidade, de trabalho, e de família, salvam as vidas umas das outras todos os dias”, completa.

Já a diretora Joana Dória revela que se encantou pelo encontro das duas mulheres. “Mergulhamos no processo criativo querendo fazer peça do romance: manter seus traços estilísticos, suas imagens e adjetivos; explorar seu ritmo, seus fluxos, seus jorros, o transbordamento de palavras; e ter nossa prática teatral movimentada pela matéria da literatura. Como o texto literário pode ser transformado em expressão performativa, sonora, espacial e plástica? Como essas diferentes abordagens textuais podem dialogar entre si na criação cênica, sem que percamos de vista o objetivo simples de ser veículo de uma boa história?”, indaga.

Além dos temas discutidos pela peça, as artistas destacam a importância de se trazer ao público uma adaptação de uma obra literária, instigando e incentivando as pessoas a tornar o ato de ler, acima de um hábito, uma prática social significativa para um avanço de nossa capacidade de estar no mundo.

Ficha Técnica:

Direção: Joana Dória

Elenco: Carol Vidotti e Fábia Mirassos

Dramaturgia: Liana Ferraz

Autora: Mariana Salomão Carrara

Direção de movimento: Nina Giovelli

Assistência de direção: Abel Xavier

Trilha Sonora: Pedro Semeghini

Cenografia: Andreas Guimarães

Figurino: Érika Grizendi

Visagismo: Fábia Mirassos

Projeções e mapping: Vic von Poser

Desenho de luz: Henrique Andrade

Direção técnica: Giovanna Gonçalves

Cenotécnico: José Da Hora  

Fotos: Tomás Franco

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio Assessoria de Comunicação

Idealização: Carol Vidotti

Produção: Paula Malfatti

Coordenação geral: Carol Vidotti

Sinopse 

Ana e Madalena são vizinhas, moram no mesmo prédio, mas mal se conheciam até um fato trágico marcar a vida das duas e mudar os rumos de suas histórias. O marido de Madalena, ao pular da janela, desaba justamente sobre o marido de Ana. E, a partir disto, o que as une é o que as separa. Na rotina das ausências, as duas viúvas vão se aproximando: atravessam a dor, a chegada de uma criança, as agruras do recomeço. Nasce uma amizade, que talvez expanda o que se entende por família. Não fossem as sílabas do sábado é uma adaptação teatral do romance homônimo de Mariana Salomão Carrara. Vencedora do Prêmio Shell e indicada ao Prêmio APCA, ambas na categoria dramaturgia, assinada por Liana Ferraz.

Serviço

Não Fossem as Sílabas do Sábado

Apresentações: 17 e 18 de junho de 2025, na terça e na quarta, às 20h

Centro Cultural São Paulo – Sala Ademar Guerra – Rua Vergueiro, 1000. Liberdade

Ingressos: gratuitos, distribuídos 2h antes na bilheteria do teatro

Classificação: 14 anos

Duração: 90 minutos

Capacidade: 100 lugares 

Acessibilidade: espaço acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

 

Teatro

CLAUSTROFOBIA

Matéria: Divulgação
Foto:  Nil Canindé

O monólogo Claustrofobia, de Rogério Corrêa, chega a São Paulo para uma temporada no Auditório do Sesc Pinheiros, de 5 de junho a 12 de julho, com apresentações de quinta a sábado, sempre às 20h. A peça tem direção de Cesar Augusto e atuação de Márcio Vito, que celebra seus 35 anos de carreira.

O espetáculo fez duas temporadas de sucesso no Rio de Janeiro e, desde então, foi vencedor do Prêmio Shell 2025 na categoria de melhor cenário – assinado por Beli Araújo e Cesar Augusto -, no qual também concorreu na categoria de Melhor Ator; e ainda disputa pelo Prêmio APTR em três categorias: ator (Márcio Vito), direção (Cesar Augusto) e iluminação (Adriana Ortiz).

A trama acompanha três personagens: um ascensorista, uma executiva ambiciosa e um porteiro que sonha em ser policial. Pressionados pelo sistema, os três se cruzam dentro de um prédio empresarial no centro de uma metrópole brasileira. 

Através de três vidas que se entrelaçam, a peça expõe o isolamento e a alienação da vida urbana atual. O prédio onde se passa a história é um microcosmo das relações trabalhistas, humanas e sociais do país. O espetáculo parte de uma circunstância em que essas questões são não apenas a base das relações interpessoais, mas até definitivas para como os personagens enxergam a si próprios e julgam o outro. 

“O texto põe uma lupa nos pensamentos e preconceitos que separam as personagens em classes às quais eles julgam pertencer, que realmente são diferentes entre si, mas eles apenas se imaginam mais distantes uns dos outros do que de fato estão”, diz Márcio Vito.

Desdobrando-se entre os três personagens, o ator ilustra a realidade com um humor ácido, característico da dramaturgia de Rogério Corrêa. O trio está comprimido entre o elevador e a portaria de um prédio de escritórios. Imigrante do interior do Brasil, Marcelino é tímido, introvertido e trabalha como ascensorista para mandar dinheiro para casa. Ele passa seus dias enclausurado, descendo e subindo, dentro de uma caixa metálica. Stella é uma executiva ambiciosa, uma espécie de coach de si mesma, que está começando em um novo emprego. O porteiro Webberson controla tudo da portaria, até mesmo a música que toca no elevador. Ele sonha em ser policial e ter em mãos uma arma que lhe traga poder. 

“Esses três personagens se esbarram num mesmo contexto arquitetônico, que é um prédio típico de centro empresarial. Se nos aprofundarmos um pouco mais, as situações acontecem em torno do ascensorista, que está dentro do elevador. São representações de um sistema traduzido pela arquitetura de um prédio. A partir daí vamos entendendo as humanidades”, diz Cesar Augusto.   

Idealizador do projeto, o autor Rogério Corrêa faz sua estreia no Rio de Janeiro como dramaturgo em espetáculo presencial. Radicado em Londres há 30 anos, já teve seus textos encenadas no formato on-line, em São Paulo e na Inglaterra.  Afeito a temas políticos e polêmicos, ele teve a ideia de escrever “Claustrofobia” em 2009, durante uma temporada no Rio. “Neste período no Brasil, percebi como ainda tem muito ascensorista trabalhando. Descobri que, para mim, aquele trabalho era uma metáfora da alienação do capitalismo, do trabalho contemporâneo”, diz Rogério. 

Algumas críticas sobre o espetáculo:

A conexão de uma luminosa tríade do universo teatral brasileiro – o dramaturgo ROGÉRIO CORRÊA, o diretor CESAR AUGUSTO e o ator MÁRCIO VITO – faz de CLAUSTROFOBIA um dos espetáculos mais surpreendentes da atual temporada carioca.

Wagner Corrêa de Araújo
Escrituras Cênicas

CESAR, ROGÉRIO E MÁRCIO VITO transformam em dois níveis a peça. Os personagens ao mesmo tempo apresentam aquilo que é triste no humano e insuportável em nossa atual sociedade: a invisibilidade do sujeito e da alma; a ambição do capitalismo e a cretinice do comportamento e o sonho inalcançável de crescer, mas enquadrando no que há de pior: a repressão autorizada. E estamos todos, sem escolha, encerrados, sem saída, em algum elevador”

Cláudia Chaves
Correio da Manhã

Intocáveis em suas letargias sociais (que lhes são impostas pelo Brasil), os três protagonistas de CLAUSTROFOBIA disputam para si o corpo e as palavras – sobretudo elas – de MÁRCIO VITO, um ator em fase primaveril de sua carreira… Ele é um Paul Giamatti nacional: o sujeito gente como a gente que implode à luz da ribalta ou da câmera. A implosão dele nos palcos vem de um trio de vértices embatucado pelos dilemas da opressão do dia a dia: a opressão da pobreza, a opressão do machismo e a opressão do sucesso a qualquer custo”.

Rodrigo Fonseca
Rota Cult 

ROGÉRIO CORRÊA nos proporciona uma “aula-show” de dramaturgia, com um texto “enxuto”, dito em justos 60 minutos de duração, porém com uma profundeza indescritível e uma excepcional estrutura dramatúrgica poucas vezes reconhecida por mim, num palco. É digna de todos os elogios a construção de seu arco dramático, que consiste na “progressão de conflitos que o protagonista atravessa, transformando-se, a cada etapa, até chegar ao ponto mais crítico da jornada, descendendo, finalmente, em direção à resolução da história”. O autor foi muito feliz na escolha e construção dos três personagens, na consistência e nas particularidades das personalidades do trio, e na maneira como trança suas idiossincrasias, utilizando um humor ácido, característico de sua dramaturgia”.

Gilberto Bartholo
Blog O Teatro Me Representa

Ficha Técnica

Elenco: Márcio Vito

Dramaturgia: Rogério Corrêa

Direção: Cesar Augusto

Cenografia: Beli Araújo e Cesar Augusto

Figurino: Beli Araújo 

Iluminação: Adriana Ortiz

Trilha Sonora Original: André Poyart

Direção de Movimento: Andrea Maciel

Assistente de direção: João Gofman

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Redes Sociais: Rafael Teixeira 

Programação Visual/ Mídias: Rita Ariani

Produção São Paulo: Pedro de Freitas/Périplo

Diretora de Produção: Malu Costa

Sinopse

Um ascensorista, uma executiva ambiciosa e um porteiro que sonha em ser policial. Pressionados pelo sistema, os três se cruzam dentro de um prédio empresarial no centro de uma metrópole brasileira. Através de três vidas que se entrelaçam, a peça expõe o isolamento e a alienação da vida urbana atual. 

Serviço

Claustrofobia, de Rogério Corrêa

Temporada: 5 de junho a 12 de julho de 2025
De quinta a sábado, às 20h, e feriados às 18h
Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195, Pinheiros 

Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; sábados das 10h às 21h

Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena) 

Classificação: 14 anos

Duração: 60 minutos

Teatro

DESOBEDIÊNCIA

 

 

Matéria: Divulgação
Fotos: Joelma Do Couto

Um ato heroico e humanitário em plena Segunda Guerra Mundial é retratado pela peça Desobediência, texto de Renata Mizrahi livremente inspirado no livro “Passaporte para a Vida”, de Yukiko Sugihara. O espetáculo, dirigido por Regina Galdino, estreou em 2023 e agora ganha novas apresentações no Teatro Cacilda Becker, de 13 a 15 de junho.

A peça foi idealizada por Rogério Nagai, que também está no elenco ao lado de Beatriz Diaféria, Carla Passos e Ricardo Oshiro.

A montagem faz parte da mostra de repertório do Coletivo Oriente-se, que foi contemplado pela 44° Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.

A trama narra de forma não-linear a jornada de Chiune Sugihara, um representante do consulado japonês na Lituânia que, em plena Segunda Guerra Mundial, forneceu de forma não autorizada mais de 6 mil vistos para judeus refugiados da Polônia ao longo de 20 dias, desobedecendo às ordens do Japão – que participava do Eixo, aliança com a Alemanha nazista e a Itália fascista.

A história é contada pelo ponto de vista de Yukiko, a esposa do representante, que narra a saída do casal do Japão, a chegada à Europa, o nascimento dos filhos, os privilégios que tiveram na guerra, o episódio da desobediência, a derrota, a fuga, a prisão, a volta à terra-natal e o reconhecimento de Chiune como um aliado da vida. 

“Acho que o texto discute como, às vezes, seguimos na vida de forma automática, sem olhar para o lado, e acabamos naturalizando barbaridades, como o fato de alguém estar morrendo de fome na rua enquanto outra pessoa ostenta por aí uma vida milionária. Acredito que a voz da Yukiko é muito importante. Já naquela época, ela falava de empoderamento, de machismo, de sexismo e de xenofobia”, comenta a autora Renata Mizrahi.

Já a diretora Regina Galdino acredita que ‘Desobediência’ é importante para nos mostrar caminhos em que o humanismo venceu o autoritarismo, sobretudo quando vivemos um retorno da extrema direita em todo o mundo. “Temas como as intolerâncias religiosa e étnica, a perseguição ideológica, as guerras pelo poder e territórios, a desumanidade, os refugiados e as crises econômicas, a desobediência a regras desumanas e a liberdade feminina estão presentes nesta história de esperança e obstinação na luta pela vida, com um elenco de nipo-brasileiros”, complementa.

Ela ainda conta que a peça passeia pelo tempo e espaço de forma dinâmica, sem seguir a ordem cronológica, “em um jogo de aproximações e choques entre as culturas japonesa, judaica e europeia”.

“O casal Chiune e Yukiko Sugihara contracena com diversas personagens interpretadas por um ator e uma atriz e optamos por figurinos atemporais, que ampliam a atualidade da história. O cenário e os elementos de cena são sintéticos e não-realistas estabelecendo, de forma abstrata, com a ajuda da iluminação, todas as cidades pelas quais o casal passou, desde Helsink, na Finlândia, até o retorno ao Japão, passando por Kaunas, na Lituânia; Berlim, na Alemanha; Praga, na então Tchecoslováquia; Konigsberg, na antiga Prússia, e Bucareste, na Romênia”, revela Galdino sobre a encenação.

A encenadora conta ainda que o grupo pesquisou como despertar a imaginação do público com imagens abstratas, não-realistas e inusitadas por meio de um cenário surrealista e de tecidos vermelhos utilizados no lugar de objetos.

“A expressão corporal e a interpretação dos atores e atrizes convidarão o público, de forma sintética, a imaginar trens, florestas, praias, navios, salões de baile, consulados, prisões, máquinas de escrever e fuzis, além dos vistos emitidos para os judeus. Misturando drama e humor, contamos essa história pouco conhecida pelo público usando figurinos atemporais cinzas, “manchados” por tecidos vermelhos, com diferentes funções; um painel de fundo preto e branco com imagem surrealista; projeções abstratas; e a música original, com um tema e variações para passear por diferentes países e culturas”, acrescenta.

Sinopse

Desobediência é uma peça de Renata Mizrahi livremente inspirada no livro “Passaporte Para a Vida”, de Yukiko Sugihara.  A peça conta, de forma não-linear, a jornada de Chiune Sugihara, representante do consulado japonês na Lituânia que, em plena Segunda Guerra Mundial, forneceu de forma não autorizada mais de 6 mil vistos para judeus refugiados da Polônia, desobedecendo às ordens do Japão, aliado da Alemanha e Itália. A história é contada pelo ponto de vista da esposa Yukiko: a saída do casal do Japão, a chegada à Europa, os filhos, os privilégios que tiveram na guerra, a desobediência ao consulado japonês, a derrota, a fuga, a prisão, a volta ao Japão e o reconhecimento de Chiune como um aliado da vida. O texto é um drama, com doses de humor. 

Ficha Técnica
Texto: Renata Mizrahi
Direção: Regina Galdino
Elenco: Beatriz Diaféria, Carla Passos, Ricardo Oshiro e Rogério Nagai
Cenografia e Figurinos: Telumi Hellen
Voz em off e operação de som: Alexandre Mercki
Música original: Daniel Grajew e Bruno Menegatti
Design de luz: Paula da Selva
Operação de luz: Ícaro Zanzini
Produção executiva: Giuliana Pellegrini
Direção de produção e coordenação geral: Rogério Nagai
Assistência de Direção: Edson Kameda
Fotografia: Mari Jacinto
Design gráfico e Mídias Sociais: Lol Digital
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Realização: Lei de Fomento ao Teatro, Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa e Coletivo Oriente-se

Serviço

Desobediência, de Renata Mizrahi
Quando:
13 a 15 de junho, na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Teatro Cacilda Becker – Rua Tito, 295 – Lapa, São Paulo
Ingressos: Grátis, com reservas via Sympla e distribuição de ingressos na bilheteria 60 minutos antes da sessão
Classificação: 10 anos
Duração:
75 minutos
 

1 2 3 4 5 6 8
Page 4 of 8