OS ESCAFANDRISTAS
Com texto de Vinícius Piedade, que também assina a direção com Juliano Barone, espetáculo discute as relações humanas, o sucesso e os bastidores da criação teatral. Estreia dia 3 de outubro, no Teatro Itália.
Matéria: Divulgação
Foto: Danilo Ferrara
“Os Escafandristas” retorna a São Paulo, no dia 3 de outubro, para uma curta temporada no Teatro Itália. Com texto de Vinícius Piedade, que também assina a direção com Juliano Barone, o espetáculo faz uma reflexão profunda sobre a relevância do teatro na sociedade contemporânea a partir do reencontro de atores que integravam uma companhia.
O convite parte do diretor, Lucas, com o objetivo de discutir um novo projeto, após um longo hiato. O reencontro, prometendo um retorno criativo, rapidamente revela as tensões e desilusões acumuladas entre os integrantes. Romero, o ator frustrado, busca voltar aos palcos; Larissa, agora mãe, enfrenta a dificuldade de equilibrar sua nova vida com o teatro; Diego, o galã da televisão, debate a relevância de seu retorno ao grupo; e Rafaela, a atriz cult, quer expor os abusos passados. No decorrer do encontro, a peça, que mistura humor, drama e ironia, se transforma em um metateatro, explorando as complexidades das relações humanas e as contradições do fazer artístico.
“Os diálogos seguem uma linha realista e crua e a teatralidade vai se estabelecendo na medida em que o diretor personagem passa a dirigir em tempo real a peça que o público está assistindo”, fala Vinícius Piedade sobre o reencontro que se transforma em um campo fértil para o confronto de ideias e emoções.
As relações caóticas potencializam a complexidade de desejos, traumas e vivências. Com humor e ironia, a peça desglamouriza a atividade artística, expõe controvérsias e as veias abertas da polaridade cotidiana. A trilha sonora, executada ao vivo por um guitarrista que apenas o diretor vê e coordena, reverbera as intensidades emocionais das personagens, que passeiam do humor à fúria transitando em uma linha tênue entre encontro, ensaio e peça: realidade e ficção.
“Os Escafandristas”, que estreou com sucesso em fevereiro último na Biblioteca Mário de Andrade, estabelece o tempo cronológico do encontro de tensão crescente até o final inesperado. As questões postas neste teatro dentro do teatro acabam por produzir um acontecimento que potencializa a reflexão do sujeito moderno diante da perspectiva de retrocesso.
Sinopse
Ao reunir os antigos membros do grupo “Os Escafandristas” após um longo período, o diretor Lucas desencadeia uma série de revelações inesperadas. Romero, distante dos palcos, enfrenta sua frustração; Larissa tenta equilibrar as demandas da maternidade com a carreira; Diego, o galã da TV, questiona sua verdadeira identidade; e Rafaela busca expor velhos abusos. O que parecia uma simples reunião para discutir um novo projeto se transforma em um vibrante confronto sobre o papel do teatro contemporâneo, entrelaçando humor e uma reflexão profunda sobre a arte e suas contradições.
Serviço:
OS ESCAFANDRISTAS
Texto: Vinícius Piedade
Direção: Juliano Barone e Vinícius Piedade
Elenco: Cris Eifler, Fernanda Mariano, Marcus Verissimo, Pedro Casali e Vinícius Piedade.
Direção Musical e músico: Gabriel Ferrara
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos
Gênero: comédia dramática
Data: de 3 a 24 de outubro, quintas-feiras, às 20h
Bilheteria abre duas horas antes do espetáculo
Teatro Itália – 290 lugares
Av. Ipiranga, 344 – República – São Paulo
Ficha Técnica:
Texto: Vinícius Piedade
Direção: Juliano Barone e Vinícius Piedade
Elenco: Cris Eifler, Fernanda Mariano, Marcus Verissimo, Pedro Casali e Vinícius Piedade.
Direção Musical e músico: Gabriel Ferrara
Desenho de luz: Luciana Silva
Figurino: Piedad
Cenografia: Marcus Veríssimo
Operador de luz: Luciana Silva
Redes Sociais: Cris Eifler
Fotos: Danilo Ferrara
Designer: Pedro Casali
Produção: Marcus Veríssimo e Vinícius Piedade
SOBRE O NÚCLEO VINICIUS PIEDADE & CIA.
O Núcleo Vinícius Piedade & CIA. é uma plataforma de criação artística dos espetáculos de Vinícius Piedade. Com os espetáculos solo em repertório, Vinícius Piedade tem sido dos artistas brasileiros que mais circulam com obras teatrais pelo mundo, tendo apresentado em dezoito países de quatro continentes nos últimos dez anos. Os espetáculos do Núcleo são resultado de pesquisa e desenvolvimento individual, porém, sempre contando com colaboradores fundamentais.
A principal proposta dos espetáculos é aprofundar o mergulho na existência humana por meio de personagens em situações limites. Condensam na interpretação a mistura de diversos estilos teatrais, indo da improvisação livre aos movimentos inspirados na dança contemporânea; da comédia inconformada as partituras de mímica. Os trabalhos visam levar o público a navegar nas peças como coautores da realização teatral.
Dentro do repertório criado no Núcleo Vinícius Piedade & CIA constam seis espetáculos solo: CARTA DE UM PIRATA (criado em 2003), CÁRCERE (criado em 2008), INDIZIVEL (criado em 2008 – fora de repertório), IDENTIDADE (…) (criado em 2012), HAMLET CANCELADO (criado em 2019) e PROVAVELMENTE SARAMAGO (criado em 2022). Também fazem parte das criações o duo 4 ESTACOES (2013) com a atriz Gabriela Veiga, PAIS E FILHOS (ou Lasanha de Berinjela 1) que conta com Evas Carreteiro e Roberto Borenstein no elenco – neste Vinícius Piedade é autor e diretor, mas não atua – e IRMÃOS (ou Lasanha de Berinjela 2) texto e direção de sua autoria em que contracena com a atriz Marta Caetano. Outras criações do Núcleo foram os espetáculos DIAS DE ANESTESIA que fez temporada no Centro Cultural São Paulo em 2006 e o espetáculo NINGUÉM VAI RIR, baseado em conto de Milan Kundera que fez temporada em São Paulo em 2015.
Na base dos projetos do Núcleo Vinícius Piedade & CIA. está a concepção de uma arte popular entendida como uma arte acessível a todos, sem procurar ser destinada a um público específico.
Combinam os mais diversos elementos: a música, a literatura, a mímica e o teatro em suas várias acepções: erudito e popular. Primam por tornar a arte simples, sem perder o caráter poético e a erudição, apostando também na sensibilização dos espectadores. Atrelando a concepção dos espetáculos ao processo de difusão cultural, os trabalhos se estruturam sobre a questão de como democratizar o acesso à arte. Sendo assim, a democratização faz parte dos processos de cada espetáculo. E isso se dá de diversas formas, seja através de apresentações em contextos físicos e sociais diversos e adversos, seja através das parcerias que sempre são feitas por todo o mundo na viabilização do acontecimento teatral.
Já foram feitas centenas de apresentações nos locais mais diversos possíveis, desde grandes teatros municipais com toda estrutura de som e luz, a teatros improvisados na floresta amazônica; desde auditórios de universidades, a pátios de penitenciárias; desde turnês por SESC’s de capitais, a turnês independentes pelo interior.
Além de acontecerem em todas as regiões do Brasil, os espetáculos do Núcleo já foram apresentados em diversos países. No continente asiático as apresentações ocorreram na China (Macau) e na Índia (Manipur e Guwahati). Na Europa os trabalhos aconteceram na Alemanha (Berlim, Kiel, Bonn, Munique e Stuttgart), na Rússia (Orel e Moscou), na República Tcheca (Cheb), na Suíça (Berna e Zurique), na França (Paris), na Espanha (Barcelona e Madrid), em Portugal (Lisboa, Porto, Ilha da Madeira, Estarreja, Barcelos, Alverca do Ribatejo, Albufeira, Póvoa do Varzim, Setúbal, Castelo Branco, Guarda, Arcos de Valdevez, Matosinhos, Tondela, Ponte de Lima, Macedo de Cavaleiros, Caldas da Rainha, Viana do Castelo, Melo, Gouveia, Seia, Montijo, Oliveira de Azeméis, Cascais, Santarém, Sintra e Sesimbra), na Armênia (Erevan), na Lituânia (Visagina) e na Turquia (Istambul e Izmir). Na América do Norte nos Estados Unidos (Nova York); na África em Cabo Verde (Mindelo, Ilha do Sal e Praia), em Moçambique (Maputo) e em Angola (Luanda); e na América Latina na Bolívia (Cochabamba) e na Argentina (Rosário).